segunda-feira, 10 de maio de 2010

Música do Chile: "Víctor Jara"

Nome da banda: Víctor Jara
Origem: Chile
Tipo de som: Folclórica
Site oficial: não há

Um pouco de história: Desde pequeno, Victor teve contato com a música através da mãe, que tocava música folclórica em seu violão e tocava em festas e casamentos.

Aos 21 anos, entra no coro da Universidade do Chile. Três anos mais tarde, faz parte da companhia de teatro "Compañía de Mimos de Noisvander", e começa a estudar atuação e direção na Escola Teatro da Universidade do Chile. Em 1957, faz parte do grupo de cantos e danças folclóricas Cuncumén, onde conhece Violeta Parra, que o encoraja a continuar na profissão.

Com 27 anos, em 1959 dirige a sua primeira obra de teatro "Parecido a la Felicidad" de Alejandro Sieveking, encenando-a por vários países latino-americanos. Como solista do grupo folclórico, grava o seu primeiro disco, "Dos Villancicos".

Em 1961, compõe a sua primeira canção, "Paloma Quiero Contarte", continuando o seu trabalho como assistente de direção. Grava com o grupo "Cuncumén" o LP "Folclore Chileno", onde inclui duas conções próprias, "Paloma Quiero Contarte" e "La Canción del Minero". Começa a trabalhar como diretor na Academia de Folclore da Casa da Cultura de Ñuñoa, função que desempenharia até 1968. Nessa altura, e até 1970, faz parte da equipe de diretores do Instituto de Teatro da Universidade do Chile, Ituch e entre 1964 e 1967 é professor de atuação na universidade.

Continua a compor música e, em 1965, dirige a obra "La Remolienda" de Alejandro Sieveking, bem como a montagem de "La Maña de Ann Jellicoe", para o Ictus, recebendo por elas o prémio Laurel de Oro como melhor realizador, e o prémio da Crítica do Círculo de Jornalistas à melhor direção por La Maña.

Continua a cantar e a dirigir obras de teatro e em 1966 grava o seu primeiro LP, chamado "Víctor Jara".No ano seguinte, grava "Víctor Jara" e "Canciones Folclóricas de América".

Com a canção "Plegaria a un labrador" ganha o primeiro prémio do Primeiro Festival da Nova Canção Chilena e viaja a Helsínquia para participar num Comício Mundial de Jovens pelo Vietnan, gravando o álbum "Pongo en Tus Manos Abiertas".

Em 1970, participa em Berlim na Conversação Internacional de Teatro e em Buenos Aires no Primeiro Congresso de Teatro Latino-Americano. Envolve-se na campanha eleitoral da Unidade Popular e edita o disco "Canto Libre". Em 1971 foi nomeado embaixador cultural do Governo da Unidade Popular. Lança "El Derecho de Vivir en Paz".

Trabalha como compositor de música para continuidade na Televisão Nacional do Chile desde 1972 até 1973; investiga e compila testemunhos em Hermida de la Victoria, a partir dos quais gravaria La Población. Viaja à URSS e a Cuba e dirige a Homenagem a Pablo Neruda pela obtenção do Prémio Nobel. Lança mais dois álbuns nesse período, "La Población" de 1972 e o último ainda em vida, "Canto por Travesura" de 1973.

Victor era muito ligado à política e movimentos sociais. Em 1973, quando houve o Golpe de Estado que tirou Salvador Allende da presidência, instaurando a ditadura comandada por Augusto Pinochet, surpreende Jara na universidade. É detido junto com outros alunos e professores, conduzido ao Estádio Chile, convertido em campo de concentração, e mantido lá durante vários dias. Há alguma controvérsia quanto às torturas que teria sofrido durante os dias de cácere antes de seu assassinato a tiros, no dia 16 de setembro do mesmo ano. O certo é que Jara teve suas mãos cortadas como parte do "castigo" dos militares a seu trabalho de conscientização social aos setores mais desfavorecidos do povo chileno.

Jara era membro do Partido Comunista do Chile e, antes de ser preso e assassinado, integrava o Comitê Central das Juventudes Comunistas do Chile. Nos dias de cativeiro prévios à sua execução, Jarra escreveu um poema que pôde ser conservado. Dois discos gravados por Víctor Jara pouco antes de morrer não foram editados.

Só em 1990 é que o Estado chileno, através da Comissão da Verdade e a Reconciliação, reconheceu que Víctor Jara foi assassinado a tiros no dia 16 de setembro de 1973 no Estádio Chile e depois teve seu corpo lançado num matagal perto da Estrada Sul. Em seguida a esses acontecimentos, Jara teve seu corpo levado à câmara mortuária, onde foi identificado pela esposa. Seus restos foram enterrados no Cemitério Geral de Santiago do Chile.

Em setembro de 2003, trinta anos após o assassinato de Jara, o Estádio Chile foi rebatizado como Estádio Victor Jara, como uma forma de homenagem ao cantor e sua família.

Vídeos:

"Luchín", com introdução falada.


"El Derecho de Vivir em Paz" do álbum homônimo.

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